Monday, May 15, 2006

Sento-me e reflicto, não sou mais que musgo de uma sociedade



Sinto um vazio dentro de mim...

Chego de uma longa viagem e abanco num pedaço de madeira pousado sobre a calçada.

Observo o mundo cheio de pressa e muitas vezes parado num tempo... numa dimensão... numa nova concepção de realidade...

Por um momento não faço parte de mais um cenário, de mais uma rua, de mais uma obra sem destino nem função definida...

No fundo somos uma obra a meio gás... algo que aos poucos e poucos vai sendo completada... Mas como os sábios dizem... Uma obra nunca pode ser perfeita se o seu construtor não tem amor naquilo que faz...

Sendo eu um constructor e não tendo amor por aquilo que faço, que marco; não espero que um dia crie uma grande obra.. vou criando e remodelando....


Hoje vou amando, sonhando e sofrendo... A minha vida atraiçoa-me e quando menos espero desiludo-me...

Vou criando e remodelando....

Vivo um presente demasiadamente marcado por um futuro condenado...

Vou criando e remodelando....

Choro em silêncio... imagino o negro... No fundo hoje estou de luto pela sociedade, pela morte do nosso futuro.

Endireito-me e largo a calçada...

Chego a casa e tento-me aconchegar nos braços de um sofá... A viagem fadiga-me...


Ouço a voz da consciência, pergunta-me qual foi a viagem...

Prefiro não responder... Descalço os sapatos da inteligência e visto o pijama da ignorância... De noite sou o eterno mendigo que sem felicidade e sem percepção sonha com um futuro melhor...


P.S. Peço desculpa pelo tempo demorado a comentar e a actualizar mas no fundo... tenho tanta coisa para dizer e tão pouca maneira de o fazer... ly u all [*]