Tuesday, August 29, 2006

Sou julgado no meio da inocência


Acordo e sei que errei....

Na ténue luz da manha reconheço o meu erro e castigo-me a mim próprio num turbilhão de sentimentos... Levanto-me confuso, rabugento e triste...

Lavo a cara, com tormentas e muitas amarguras...

Saio de casa com uma maçã na mão, simbolo de um pecado que outrora cometido, semeou a mentira e falsidade no mundo... a culpa cresce e a felicidade vai sendo ocultada por um radiar cada vez maior e mais distante, as sombras estendem-se e o frio aperta...

Entro dentro de um café, peço uma boa bebida e um prato de uma comida caseira não muito usual, gosto de primar pela diferença e ousar coisas simples e não muito complicadas, sinto-me um falhado...

Mastigo um passado falhado, um presente angustiado e um futuro negro...

Levanto e deixo o pagamento como se de esmola a um mendigo se tratasse, gostava de ser um rebelde sem regras, sem sentimentos de compaixão pelos outros...

Deambulando pelo jardim, vejo numa rosa um sonho que nunca tive, que cada vez se afasta mais.. vejo nela uma efemeridade da vida, por muitos contestada e privada...

A tarde cai e o sol desaparece, sinto as sombras cairem sobre mim, sou incapaz de olhar em frente e seguir o caminho de volta a casa... sinto que voltei a errar e que mais uma vez sou infeliz e um falhado dentro do meu caminho...

Gostava de ser livre e não errar tantas vezes nas mesmas coisas...